Fênix com tesoura.
os cortes que a vida me deu/ foram aprendizados que eu tive/ hoje a vida me cortou outra vez/ a vida vive testando meus limites... (Chorão-CBJ)
Alta noite: precisando renascer, depois de uma perda. Olho no espelho, não sou mais a mesma sem ela. É preciso mudar algo em mim que me assegure aguentar-me, que me faça prosseguir. Diante do espelho madeixas longas, olho para elas, me fixo nelas:
- Tesoura, preciso de tesoura!
E corto o que não sou mais, já que ela não mais estará aqui. Agora que tudo é diferente. Corto os fios, não os que nos ligavam, só os do cabelo. Muitos fios, muitos. A vida, de antes, em fios que se desprendem com o movimento aleatório da tesoura.
O cabelo, agora, é curto. A vida é curta. E a vida em fios novos, diante de um novo corte.
Alba Ferreira.
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